quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

(Todo) Nosso.

Profetizo com breves palavras,
o meu encanto superas agora,
ou pega tuas coisas e deita agora,
divide essa vida comigo
faz de mim o teu velho abrigo,
faz da casa tua única morada,
pinta das cores que tu quiseres a fachada.

(Allan Chaves, 11:12 - 11:25, 31/01/2015)

Mora.

No dia após dia,
na hora após hora,
fica,
ou vai embora.

(Allan Chaves, 30/01/2015)

Montes.

Mas das sobras que manténs dentro de ti,
ainda sobras de montes dentro de mim,
e das sobras, somos sobras,
do que não resta, não sobra.

Somos a falha e o fracasso,
somos a prova que o amor infinito falha,
pois ele existe, nunca acaba,
mas por fim
afasta.

(Allan Chaves, 15:36 - 15:47, 29/01/2015)

Imemorial.

Vinde de todos os tempos,
que vá para todos os ancestrais,
fique perdido no vento,
ou sobreviva aos próximos carnavais.

Vai amor, e volta se tiver vontade,
pois no final, eu e você somos necessidade.

(Allan Chaves, 15:23 - 15:29, 28/01/2015)

Valente.

Existem corações bondosos,
corações que estão prontos pra te magoar,
aqueles que vieram pra não deixar nada,
e os que deixam tanto, que não sobra mais espaço pra ninguém,
quando não sobra mais nada.

No final,
o amor não é para os indecisos,
os que não tem certeza do que querem,
nem pr'aqueles que não o veem mesmo que esteja um passo a sua frente.

Amor de verdade, só de um coração Valente.

(Allan Chaves, 16:34 - 16:45, 27/01/2015)


Espaço Morto.

Em meio ao silêncio,
por entre as estrelas,
nas gotas de sangue,
e universos dentro de nós,
existe o vazio,
existe o vácuo,
onde não adianta gritar,

pois ninguém vai estar lá pra te escutar.

(Allan Chaves, 00:23 - 00:31, 26/01/2015)

Tardio.

Meus faróis estão rachados,
não sobrou muito pra comentar,
ninguém pra conversar,
as luzes que rasgam a estrada ainda iluminam o pouco que sobra,
as luzes do painel ainda piscam fracas e febris,
como as luzes que me lembram que ainda estamos dançando,
perdidos em nossos olhares,
sincronizados em nossas respirações,
mas hoje,
eu apenas dirijo,
dirijo sem rumo,
ando a noite,
pois é um Adeus tardio,
é um Adeus indesejado.

Eu dirijo,
com pesares de passado,
desejos do nosso futuro,

e com o nosso Adeus tardio.

(Allan Chaves, 23:51 - 23:57, 25/01/2015)

Dosagem.

São duas doses e eu ainda estou sóbrio,
a dor no peito ainda pesa e não vejo luzes,
o mar está tão perto e estou febril,
eu sussurro.

Você pode me ouvir?

Eu pergunto, não que funcione,
devagar eu já perdi a voz,
pura e simplesmente não há mais crenças,
nem teorias, nem desejos, só gritos.

Você pode me ouvir?
Eu sei que só consigo sussurrar.
Você pode me ouvir?
Eu insisto mas você não quer ouvir,

Eu tento ainda respirar,
eu tento ainda suprir minhas necessidades,
mas você? Pode me ouvir

(Allan Chaves, 21:18 - 21:35, 24/01/2015)

Elevação.

O tempo já não conta,
eu grito alto pra acordar,
assim a alvorada dói menos,
vivemos em círculos todos os dias,
e os medos continuam lá e só aumentam,
eu preciso de um novo dia,
antes que seja tarde demais.

E você elevou meu espírito,
e consigo abandonar toda essa descrença,
andar sobre águas,
erguer os braços e tocar o Sol...

Lembro de outros dias,
em que dividimos segredos,
e perdemos nosso chão,
e dividimos sonhos,
e não precisávamos de chão pra nos apoiar,
e lutamos contra nossos círculos,
mas nunca notamos que era tarde demais pra nós dois.

E você eleva meu espírito,
e  sou capaz de tocar a luz da Lua
Sou mais do que eu mesmo,
mas vejo que já é tarde demais,

E já  queimei minha centelha de vida...

(Allan Chaves, 06:01 - 07:12, 23/01/2015)

(Des) Honesto.

Eu ainda desejo me sentir como antes,
não quero que a raiva seja tão superior,
mas o medo e descrença são tão superiores,
que me deixam fora de mim.

O que vier a ser,
o que for completar,
seja ilusão ou sonho,
que venha, mas não me seja desonesto.

Eu não sou liberto,
não consigo ser safo sem ser tratado,
preso em remédios e noites só,
minhas verdades não são mais minhas.
Mas quero que venha,
que seja capaz de me completar,
não seja ilusão, nem sonho,

Venha, e não me seja desonesto.

(Allan Chaves, 15:12 - 15:40, 22/01/2015)

Silo.

Eu ainda preciso de você,
como o raio de Sol, o amanhecer de um novo dia (...)
Eu ainda preciso de você,
perto como uma sombra no meu caminho (...)
aqui ao meu lado, não vá.

Fique, até que nossos dias acabem.

(Allan Chaves, 03:07 - 03:16, 21/01/2015)

Razão (Hábil)

Consegue ouvir o bater do meu peito?
Ressoa dentro de meu corpo pálido,
não é ele mesmo, nem eu reconheço seu bater,
corra, ele precisa de sua ajuda,
ele não tem ritmo sem estar em suas mãos,
ele não age por razão, então precisa da sua,
sua mente sã que o mantém vivo.

Durma minha metade,
deixe os sonhos te trazerem de volta pra mim,
aqui estará sempre segura,
flua com um rio para minhas cobertas,
e não me deixe isolado sem sua presença.

Talvez sua mente não deva ser ouvida uma vez mais,
eu andei pensando em desistir,
não fui rápido o suficiente pra entender o que acontecia,
mas por suas mãos eu me tornei sombra,
você não acreditou em nada mais,
mas dessas mesmas sombras,
eu anda vejo a luz que pensa ter morrido...

Durma minha luz,
deixe os sonhos te mostrarem que não a razões,
e nas emoções que somos felizes,
flua com o mar de nossos beijos,

e me encontre onde precisar encontrar.

(Allan Chaves, 01:21 - 02:05, 20/01/2015)

Pouca.

Não quero desdizer o que já foi dito,
não quero remoer passados de céus nublados,
nem mares de passados enevoados,
rios de ferrugem pálida,
ou de luxúria pátria,
quero ver queimar os passos que deixei pra trás,
mas não quero deixar nada no passado.

Você vê minha luz?

(Allan Chaves, 12:32 - 12:39, 19/01/2015)

Descartável.

Ouço as bombas se aproximando,
e os tanques férreos rasgando a terra,
o silêncio não é uma opção,
e das razões que me sobraram,
eu deixei de entender  o que eu já fui.

(Allan Chaves, 18:25 - 18:30, 18/01/2015) 

Quem.

E se sobrou algum herói, que se mostre,
eu só ouço o gritos desesperados,
as crianças chorando e nenhuma solução,
e se alguém aparecer nesse vazio,

todos queremos apenas sua absolvição.

(Allan Chaves, 15:02 - 15:07, 17/01/2015)

Jogo Mórbido.

Andei distâncias, procurando o que fosse real,
conheci lugares nos quais eu nunca pude estar,
vi piratas abordarem meus sonhos,
e percebi que estou aqui só de passagem.

Então, talvez eu morra sozinho,
ou quem sabe morra em vão,
seja como guardião em Roma,
ou d'uma queda de avião,
ou em silêncio num beco escuro em Genebra.

Ouvi rumores de pessoas que começaram incêndios,
e acabei dando meu melhor onde não deveria,
e no final, estou preparado pra cruzar qualquer dificuldade que possa atrapalhar,
ou afundar barcos com o som fraco da minha voz.

Eu vou chorar sozinho,
morrer como uma pedra,
ou por uma alergia boba a flores,
quem sabe até mordendo uma anel de cebolas,
mas até lá, eu preciso tentar de novo.

A vida não passa de um jogo mórbido,
em que precisamos ter medo pra seguir em frente.

Rolemos os dados, deixemos os resultados aleatórios nos guiar,
mas me deixa ouvir a tua voz,
e tentar de novo não deve ser de todo mal,
os céus sabem segredos demais de nós dois,

então me dê uma razão.

(Allan Chaves, 00:15 - 01:02, 16/01/2015)

Ressoa.

Cintila e rasga,
soa e recua,
deixa pra lá,
volta pra emoção,
abandona a razão,

Que ela já fez mal demais.

(Allan Chaves, 10:01 - 10:07, 14/01/2015)