domingo, 6 de abril de 2014

Números.

São apenas números,
números sempre fazem sentido.

2 pra o tempo que sempre erro,
5 pro que eu evito reaprender,
7 pra conquistar,
10 percebendo que nada fui,
11 me dando sorte,
12 me fazendo relembrar,
14 tentando entender o que se passa.

(Allan Wagner, 10:39 - 10:43, 06/04/2014)

A carta do Túmulo.

Não quer esperar pelo hoje,
não quer esperar pelo amanhã,
não quer algo que você não verá novamente,
não sentirá novamente.

As palavras que diz me são tão vagas,
vive preferindo teu silêncio,
vive se escondendo na distância e na tua solidão,
não vê quem te quer,
não aceita que qualquer outro te deseje como ele,
como ele não faz mais,
como ele procura em qualquer outra e sabe disso,
fica hipnotizada pelas músicas que ele canta pra te prender,
enquanto vive presa a ele,
ele deita com outras,
enquanto se diz só dele,
quantas outras não o tem?

Você festeja tuas lembranças,
você relembra teus fracassos,
você deseja,
mas deseja a infelicidade,
você a define como seu maior prêmio,
e eu tolo continuo a tua procura,
eu bobo apaixonado,
creio que estará em minhas mãos,
almejo só deitar ao teu lado novamente.

Não sou o rosto que abrirá mão de ti quando viajar,
nem o homem que irá te abandonar quando precisar desaparecer,
sou o mesmo que te ofereceu aquele jantar,
o mesmo que te encheu de doces,
que descobriu teus pontos fracos,
ê que procura todos os seus achados,
e os usa para buscar tua felicidade,
e eu continuo em te oferecer o inesperado,
mas você teima em desejar o teu passado...

(Allan Wagner, 22:06 - 22:36, 08/11/2011)

Escrito para meu quadrinho 'The Gravel'.

Vindas.

Que venham as viradas e os eventos,
as surpresas e as dores,
que venham.

Venham os momentos de mudança,
as indisposições e cores,
mas que venham.

Que venham.

(Allan Wagner, 02:57 - 03:03, 06/04/2014)

Das Obscenidades.

Sou feito de obscuridades e passados,
preciso de futuros e certezas,
a necessidade e a vontade da mudança,
o aperto e da ansiedade de sentir de novo,
a dor e a lágrima da perda.

Preciso estar cheio novamente,
o vazio já me consome por tempo demais.

(Allan Wagner, 02:37 - 02:49, 06/04/2014)

Cansaço(s)

Eu ando cansado de sonhar.
Cansado de sonhar que não chego a lugar nenhum,
cansado de sonhar com tudo que não faz mais sentido,
e ando cansado de acordar fingindo que não quero aquilo que sinto.

(Allan Wagner, 01:45 - 01:51, 06/04/2014)