segunda-feira, 10 de novembro de 2014

D'Outrem.

Vivências já passaram, lamúrias continuam,
ainda vivendo do mesmo e me arrependendo,
são corações demais, corpos demais,
e no fim abandonos.

Meus abandonos, abandonos de outrem,
e os fins que sobram, não são pra mim,
enfim, em mim, nada.

Sobrou o resto da memória,
e a dor da derrota.

Da derrota.

(Allan Chaves, 01:00 - 01:07, 11/11/14)

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Fendas

Sou feito de rachaduras demais,
fendas inconstantes e abertas,
rancor de minhas atitudes e de mim mesmo,
por decisões tomadas que hoje encaro como erradas.

Sou um limite, uma porcentagem, uma fração.

Meu coração tem feridas demais e momentos de menos,
arrependimentos demais e lembranças faltando,
solidões sobrando e presenças ausentes,
dores demais, felicidades inexistentes.

Sou o limite. Sou a porcentagem. Sou apenas fração.

Ainda sou eu, não sendo o mesmo.

(Allan Chaves, 00:38 - 00:43, 17/10/14)

domingo, 21 de setembro de 2014

Reflexo.

Quanta confusão, eu causei,
quantas sobraram daqueles dias?
Eu ainda tenho coisas que me faltam falar,
e se você não puder, se você não puder acreditar,
nas rachaduras do espelho,
eu mostrarei meus pecados e sobreviverei a tudo,
menos às perdas que eu venho sentindo,
a maior delas ainda é refletir.

Há um herói em você,
dentro de você,
sei que ele ainda respira,
um guerreiro que vejo nos seus olhos.

Eu cheguei a abandonar minhas crenças,
deixei tudo que havia de bom de lado,
decrepito eu me arrastava,
não havia rosas ou flores em mim,
revejo o início,
mas apenas se você,
ainda for meu cofre seguro,
eu me sentirei único hoje e sempre.

Sinto o herói em mim,
dentro de mim,
sei que ele ainda respira,
um guerreiro que queima minh'alma.

Herói que nunca foi, está aqui.

Quem mais deveria ser?
Quem mais poderia ser?
Há apenas um para ser,
meu único, minha metade,
você é meu reflexo.

Há um herói em você,
dentro de você,
sei que ele ainda respira,
um guerreiro que queima em seus olhos.

(Allan Chaves, 01:17 - 01:25, 22/09/2014)

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Pilares.

Gemidos,
tremores que tomam minha espinha,
atacam minhas mãos e minha mente,
mas agora sei,
eu consigo entender o que há dentro,
não há nada de belo em  chorar por amor,
não é assim que se conquistam nossas manhãs,
mantenha-se firme no templo que são seus pensamentos.

Fique,
fique comigo quando eu quebrar,
mas não só por mim, não sou o único a cair,
não importa quando precise de ajuda,
eu sou seu pilar,
 sua presença ainda faz o bem para meu dia,
e você é o pilar do templo de todos os meus pensamentos.

Eu ainda atravessarei os oceanos a nado por você,
mesmo sendo incapaz de boiar,
eu espantarei todos os seus medos,
mesmo que não esteja completo com escudo e espada.

Então me deixe levar seus medos,
os mesmos que eu trouxe,
os que amarguraram,
os que derrubaram,
os que afastaram,
então me deixe dar a esperança que meus medos levaram.

(Allan Wagner, 21:27 - 21:36, 28/07/2014)

terça-feira, 8 de julho de 2014

Nada Certamente.

Em meio a tudo,
eu queria sentir raiva,
em meio a conclusões precipitadas,
pensamentos negativos e olhares perdidos no nada,
eu gostaria de ser capaz de conseguir projetar minha fúria.

Esperaria que, como há anos atrás, eu conseguisse me livrar,
me livrar da sua imagem, da sua presença, do seu universo em mim,
tudo com raiva, com ódio, com ataques sem sentido e sem limites.

Mas eu já não consigo mais, e eu sei todos os motivos,
sei que de tudo que eu já disse, e no que falhei,
no final não existem mais os desejos.

Vontades de te prender pra mim,
desejos doentios, necessidades,
manter você do meu lado,
pois só eu importava.

Eu te entrego minhas saudades,
elas, e somente elas.
Pois só elas são verdadeiras,
de mim, só elas.

Do antigo amor, não posso nada entregar,
pois do seu amor eu nada sei, nada tenho certeza.
Das saudades eu apenas convivo, sobrevivo,
pois delas eu tenho certezas, certezas de querer te ver.

Meu peito está aberto, e assim ele deverá ficar.

(Allan Wagner, 20:21 - 20:34, 08/07/2014)



segunda-feira, 7 de julho de 2014

500.

Então são 500 posts.
Quatro anos entre idas e vindas, bons e maus momentos.

Em meio a tanta coisa que aconteceu e vem acontecendo, não decidi o que poderia postar, não decidi se deveria expressar uma infinidade de sentimentos e vontades.

Talvez seja o momento de me manter quieto até que as histórias de minha vida se concretizem, ou se destruam. Mas, no final, acredito que eu apenas mantenho as saudades. Seja lá do que, e de quem for. Talvez seja do tempo de início do blog, quando minha vida era menos "dolorosa" ou guiada por remédios.

Enfim, são 500.

Obrigado a todos que acompanham, ou que começaram a acompanhar a pouco.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Armadura.

Faço das palavras o armamento necessário para derrubar.
Faço da dor o escudo mais forte onde nada pode passar.
Faço de minhas atitudes a espada que faz sangrar.
Faço do meu corpo o templo para meditar.

Então a solitude pode vir com toda força,
estou aqui pra me superar.

(Allan Wagner, 12:10 - 12:18, 30/06/2014)

sábado, 28 de junho de 2014

Infindo.

Eu preciso falar de tempo.
Falar do tempo que eu dei como perdido,
ou do tempo que eu achei ter perdido comigo mesmo,
mas eu preciso falar de tempo.

Me deixem falar sobre o tempo que venho perdendo,
do tempo que venho perdendo em não querer me reencontrar,
o tempo que eu só recupero se não estiver sozinho,
tempo que eu tento matar.

Eu só quero falar de tempo.
Tempo que foi e não volta mais.
Tempo que veio, ainda está, e sobrevive.
Tempo, que é algo que, sim, eu ainda tenho.
Mas é o tempo, que pode me ajudar,
tempo que me afasta,
tempo que traz de volta.
Tempo.

Eu não quero ser só mais tempo perdido.
Eu já não posso ser apenas tempo esquecido.

Tempo por tempo.
Preciso de tempo.
Pra entender que no tempo certo,
eu estarei a tempo de voltar.

(Allan Wagner, 23:21 - 23:38, 28/07/2014)

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Pagar pra Ver.

O velho amor ainda vive.
O que estava perdido, nunca esteve perdido.
Está guardado e asfixiado, no silêncio.

E eu o dei como morto.

Ele não está em apenas um.
Ainda está em nós.
Ainda vive.

E eu preciso entender que eu ainda estou perdido.
Que não sou nada, além do que não sou.
Não reconheço a face que reflete em meu espelho.

E eu deixo ir, busco minha liberdade,
e eu irei ver, o que eu precisar ver,
e quando eu me encontrar.
Volto, pra pagar pra ver.

Eu volto, pra te ter.

(Allan Wagner, 20:30 - 20:38, 27/07/2014)

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Dói.

Dói.
Apenas dói.
Rasga o peito, ressoa na carne.

Mas dói.
E apenas dói.
Corrói a alma, machuca a mente.

E no final só vai doer.
E quem eu quero não vou ter
Ficará aqui, não lido, pois para ela não está escrito.
E no final ela nunca mais me enxergará, nem esse texto procurará.

Ficará no limbo, no esquecimento, sem voz.
Sem sua voz, sem sua carne, sem sua alma.
E no final, quem fará festa são as saudades.
Quem se alimentará somente será infelicidade.

No final,
sem nenhuma resposta,
viver no silêncio,
apenas dói.

(Allan Wagner, 20:12 - 20:17, 25/06/2014)

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Luz e Breu.

No final, a luz não vive sem a escuridão,
e a escuridão sequer existe sem a luz.

E dentro de mim, ambos parecem estar querendo prevalecer.

Porém, a escuridão da dor, do negativismo sempre me acha,
me acha numa noite sozinho, num pensamento perdido,
numa reflexão do trabalho ou simplesmente no abrir dos olhos.

É uma batalha diária equilibrar tanta energia conflitante,
é uma guerra constante aceitar que o passado é passado.

É tão mais fácil se entregar, é sempre tão mais fácil viver no esquecimento,
é tão mais difícil levantar e não entender o motivo disso,
pra quê trabalhar?
Pra quê acordar?

Se no final seremos poeira.
Nomes esquecidos, rostos apagados, amores nunca mais lembrados.
E se formos lembrados, por quem seremos?
Cada um de nós é apenas um grão num incomensuravelmente infinito universo,
não completamos e nem mudamos nada, então... pra que?

Talvez o trabalho não te engrandeça, mas te faz viver.
As famílias sejam apenas linhagens sem sentido, mas que te fazem sorrir.
E os amores, bem, os amores nada são. Apenas sentimentos sem sentido, sem caminho, sem razão.

Mas os amores, sejam eles quais forem, são o que te fazem trabalhar,
que te fazem querer seguir em frente e lutar por algo melhor,
os amores constroem as famílias, grandes famílias, boas ou más.

No final são os amores,
por filhos, mães e pais,
amantes, enamorados, casados,
e o amor próprio.

Amor próprio.
Tão mais difícil.
Tão mais sacrificável.
Enquanto não houver, nada fará sentido.

No final, ele que divide a luz e a escuridão.
E no final, a luz não vive sem a escuridão,
e a escuridão sequer existe sem a luz.

(Allan Wagner, 01:46 - 02:04, 19/06/2014)

sábado, 31 de maio de 2014

Náufrago.

Eu ainda vivo os dias de um passado presente.
Ainda me deixo levar por momentos avulsos, incompletos e fadados ao fracasso.
Eu ainda acredito que tudo magicamente tornar-se-a maravilhoso.
Ainda vivo dos mesmos olhos, pele e boca.

Mas eles são um veneno.
São o mal encarnado em mim.
O mal que eu mesmo criei, e que eu alimento.
Alimento com o que não existe e que não volta mais.

A mesma boca que me destruiu. Me magoou. Que foi covarde.
Foi a boca que me jurou amor sem nunca dizer uma palavra.
E nessas palavras nunca ditas eu ainda me afogo.
Me afogo sem sequer subir entrar no mar.

Me perguntam o motivo de ainda tentar nadar nesse mar de incertezas.
Eu só respondo que é nas incertezas que eu consigo navegar.

Mas o que eu queria era uma tempestade, tão forte, tão destrutiva...
Uma que me afogue, que me afunde, que me deixe como há anos atrás...

Como um náufrago.
Pronto pra recomeçar numa ilha deserta.
Forçar-me a seguir em frente, levantar e caminhar, esquecer.


Mas dessa vez, se não for pra ficar, que não venha o mesmo velho barco me ajudar...


(Allan Chaves, 23:01 - 23:15, 31/05/2014)

domingo, 6 de abril de 2014

Números.

São apenas números,
números sempre fazem sentido.

2 pra o tempo que sempre erro,
5 pro que eu evito reaprender,
7 pra conquistar,
10 percebendo que nada fui,
11 me dando sorte,
12 me fazendo relembrar,
14 tentando entender o que se passa.

(Allan Wagner, 10:39 - 10:43, 06/04/2014)

A carta do Túmulo.

Não quer esperar pelo hoje,
não quer esperar pelo amanhã,
não quer algo que você não verá novamente,
não sentirá novamente.

As palavras que diz me são tão vagas,
vive preferindo teu silêncio,
vive se escondendo na distância e na tua solidão,
não vê quem te quer,
não aceita que qualquer outro te deseje como ele,
como ele não faz mais,
como ele procura em qualquer outra e sabe disso,
fica hipnotizada pelas músicas que ele canta pra te prender,
enquanto vive presa a ele,
ele deita com outras,
enquanto se diz só dele,
quantas outras não o tem?

Você festeja tuas lembranças,
você relembra teus fracassos,
você deseja,
mas deseja a infelicidade,
você a define como seu maior prêmio,
e eu tolo continuo a tua procura,
eu bobo apaixonado,
creio que estará em minhas mãos,
almejo só deitar ao teu lado novamente.

Não sou o rosto que abrirá mão de ti quando viajar,
nem o homem que irá te abandonar quando precisar desaparecer,
sou o mesmo que te ofereceu aquele jantar,
o mesmo que te encheu de doces,
que descobriu teus pontos fracos,
ê que procura todos os seus achados,
e os usa para buscar tua felicidade,
e eu continuo em te oferecer o inesperado,
mas você teima em desejar o teu passado...

(Allan Wagner, 22:06 - 22:36, 08/11/2011)

Escrito para meu quadrinho 'The Gravel'.

Vindas.

Que venham as viradas e os eventos,
as surpresas e as dores,
que venham.

Venham os momentos de mudança,
as indisposições e cores,
mas que venham.

Que venham.

(Allan Wagner, 02:57 - 03:03, 06/04/2014)

Das Obscenidades.

Sou feito de obscuridades e passados,
preciso de futuros e certezas,
a necessidade e a vontade da mudança,
o aperto e da ansiedade de sentir de novo,
a dor e a lágrima da perda.

Preciso estar cheio novamente,
o vazio já me consome por tempo demais.

(Allan Wagner, 02:37 - 02:49, 06/04/2014)

Cansaço(s)

Eu ando cansado de sonhar.
Cansado de sonhar que não chego a lugar nenhum,
cansado de sonhar com tudo que não faz mais sentido,
e ando cansado de acordar fingindo que não quero aquilo que sinto.

(Allan Wagner, 01:45 - 01:51, 06/04/2014)

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Açoite, afoite.

Não, não nasci para ser artista, definitivamente não.
Nasci talvez pra ser bancário, vendedor, corretor, mas não artista.

Não nasci para passar horas escrevendo livros, contos, poesias. As letras sempre mostram o que sinto e não quero ver, se tornam minhas inimigas.

Nem vim para ser músico, compor, cantar, música sempre me traz dor, faz entender mais do que eu quero sentir.

Não vim ao mundo para pintar, entender de cores, compor imagens, nunca permito me expressar de verdade, nunca permito compor  

Nunca fui artista, nunca me permiti expressar emoções verdadeiras.
E quando fiz, das emoções me tornei escravo, por sentimentos fui açoitado.

Talvez tenha nascido apenas pra ser como qualquer outro que carrega obrigações demais nas costas,
nascido para ser medíocre em meus sentimentos e pífio em minhas afirmações,
tenha surgido para passar em branco e terminar vazio,
nasci apenas para terminar como o esperado,
já preparado para morrer.

(Allan Wagner, 00:12 - 00:45, 29/01/2014)

domingo, 5 de janeiro de 2014

Previsível.




Pra quem não sabe, eu também desenho, e ontem a noite, me saiu essa depois de algumas horas ouvindo Bowie e pensando na vida.

(Allan Wagner "Chaves" - 04/01/2014)

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Odisséia

Estou agora chutando a porta,
flutuando no vazio de forma peculiar, 
mas estrelas parecem muito diferentes hoje. 

Convenhamos estou sentado em uma lata cheia de explosivos, 
Muito acima do nosso mundinho, e o planeta Terra continua azul, 
E não há nada mais que eu possa fazer. 

Caindo a cem mil milhas ou mais, eu sinto muita coisa, 
E a minha nave espacial sabe que deve caminho seguir, 
Só digam àquela mulher que eu a amo muito (ainda!).

(...)

Os circuitos estão mortos,
e você pode me ouvir?
Mesmo sumindo no vazio.
Será que tão distante,
pode me ouvir?

(...)

Silêncio e ouço o nada rasgar meus ouvidos,
em quais as estrelas na qual eu vou colidir?

(...)

Os circuitos ainda estão mortos,
eu queria saber se você pode me ouvir.
Mesmo sumido no vazio, eu sei muito.
E tão distante, você me ouve.

(Allan Wagner, 23:30 - 23:35, 02/01/2014)