terça-feira, 29 de novembro de 2011

Pedaço Meu, Pedaço Teu.

Teu silêncio do outro lado já não incomoda tanto,
mas ver teus olhos perdidos sem saber o que pensas,
ver tua falta de sorrisos,
ver tua boca almejando silencio,
me faz pensar em talvez te querer,
me faz querer pensar em te merecer.

Ah tempo!
Ah silêncio!
Leva de mim,
leva esse pedaço de mim que ainda te quer,
leva esse querer que ainda deseja um pedaço teu...

(Allan Wagner, 10:58 - 11:05, 29/11/2011)

sábado, 26 de novembro de 2011

Carpe Diem.

Não são as asas de outrem que me fizeram voltar aqui,
não foi a iminente perda de tua presença que me fez reaparecer,
não foi a solidão, não foi a dúvida, não foi a indecisão.

Foi saber que por você me importava saber,
não mostrar a quem quisesse, não impressionar quem pudesse,
se no fim só importava o que você pensava.

Mas se não suporta,
se não vive com o que te foi falado,
então não se magoe, não me destrua,
sigamos, sigamos em frente,
pois só em frente podemos encontrar,
só em frente que poderemos nos achar.

Só em frente.

É preciso voltar a andar.

(Allan Wagner, 00:22 - 00:30, 26/11/2011)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Menina Morena, Menina Amarela.

Quero aquelo riso de menina amarela,
e aquele sorriso que espanta o calar.
Quero sempre o momento que vem pra acalmar,
a calmaria que não para de chegar.
Quero apenas o que tem de bom,
aquilo que te deixa no tom.
Quero ver aquela pele morena brilhar,
debaixo de chuva pra abraçar.
Ah! Morena, vem pra ficar,
e traz de volta aquela menina,
que em algum momento eu sempre quis estar.

(Allan Wagner, 21:20 – 21:25, 18/11/2011)

Verdes.

Eram verdes e tentadores,
eram únicos e intensos,
eram seus, em todos os momentos.

Foram a guarda, o momento, o escudo,
foram a alma, o corpo, eram tudo,
foram seus, eram seu mundo.

Mas não estão mais aqui, deixaram-te no porvir,
eram verdes, e fizeram os teus fechar,
eram teus, e fizeram os teus chorar.

Então fecha-os, esquece tuas cores,
abre os teus, desperta dos rancores,
das dores, das fantasias que agora são pó.
Mas sempre sabendo que outros olhos não te deixam só.

Não te peço para olhar pro lados,
não é hora de procurar novos olhares,
sejam verdes, azuis, dourados,
não, é hora de calma.

Vem aí a calmaria, pois a tempestade passou,
os marujos do antigo barco agora precisam de seu capitão,
o capitão que estava envolto e inebriado pela luz verde.
Acorda, tem um mar inteiro na tua frente.

A luz verde já passou, aquela que agora te postergou,
As mãos que te tocaram, o corpo que foi teu,
os suspiro de falsa decepção, a voz que te agrediu.

Siga.

Em frente e sempre adiante deve seguir teu barco,
quantos portos ainda há de atracar?
Quantos ainda irão te naufragar?
Ou quem sabe naquela ilha deserta, tão próxima,
possas aportar, e lá, nunca mais irás deixar...

(Allan Wagner, 21:00 – 21:18, 18/11/2011)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O Bom.

Fui um homem que amou,
fui o rapaz de boa índole,
fui o sorriso que acalma na tempestade,
fui a paciência na tristeza,
fui a força na hora da fraqueza,
fui a cura no momento de dor,
fui aquele que disse belas palavras pra encantar,
fui quem compôs as músicas que te fizeram pedir por mais,
fui o único que dei um jeito de se sentir em casa, só pra te dar paz.

Fui.
Não sou mais.
Nem pra você, nem para ninguém.

Nunca mais.

(Allan Wagner, 10:51 - 10:59, 16/11/2011)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Caminhar.

É hora de andar de novo,
hora de erguer a cabeça,
hora de mudar o que não aconteceu,
hora de seguir em frente.

E assim podemos caminhar de novo,
mesmo que mude, mesmo que piore,
mesmo que não sejamos os mesmos,
mesmo que tudo dê errado.

E eu decido recomeçar,
vou ser outra pessoa, pior ou melhor,
eu vou apenas recomeçar,
quem decide meu caminho agora não sou eu.

Agora é a hora de correr,
seguir as regras pra poder viver de verdade,
é hora caminhar de novo,
nada de sorrisos para todos e tudo.

Vamos caminhar de novo,
minhas pernas estão feridas e mãos calejadas,
meu peito aberto e minha cabeça perfurada,
e pra curar, vou seguir o caminho que o mundo diz que é o certo pra se traçar.

Agora eu caminho de novo.
Agora eu caminho só.
Agora eu apenas caminhar.
Agora eu vou me deixar levar.

(Allan Wagner, 14: 58 - 15:13, 15/11/2011)

domingo, 13 de novembro de 2011

Por Milagre.

Então você está aí,
na espera de um milagre,
seja ele de avião ou barco,
seja por paixão,
ou estrago.

Esqueça das noites passadas,
e cada momento que ele o fez,
em cada instante que ele te segurou,
não importa se ele te prometeu amor eterno.

Esqueça pois ele não é um Sol,
ele é a sombra que acumulou-se na tua mente,
ele é apenas uma sobra em teu passado,
uma falha no teu presente,
um empecilho em teu futuro.

De mim você sabe o que tem,
por mim sabe pr'onde vai,
sabe onde fico, onde estou,
e assim espero por você,
pra saber pr'onde vou.

(Allan Wagner, 23: 21 - 23:39, 13/11/2011)

Cante.

Meu bem, você chora escondida em seus ombros,
me dizem pr'eu te segurar, mas você parece fugir de alguma maneira...
aquele desconhecido veio e te levou, sei que nunca iria,
ma você esperou muito tempo embaixo desse Sol...

Agora eu quero ser rápido,
quero adiantar tudo,
e matar o tempo perdido e te colocar ao meu lado,
mas isso tudo parece tão errado,
meu comportamento de garoto mimado.

Então eu quero que leia, cante, grite,
pois eu não posso, não posso, não posso...

E se por amor eu te trouxesse?
E se eu fizesse com que você lutasse?
Mas agora, depois de tanto sofrimento,
você só pensa em cantar, cantar e cantar...

Tudo o que eu te digo,
nada faz sentido,
nada te az entender,
eu só te ouço cantar, cantar e cantar...

Tão alto, que está pra me espantar...

(Allan Wagner, 23:10 - 23:25, 13/11/2011)

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Longo Caminho.

E algo fere o que sobrou no peito,
eu te digo pra continuar, segue, você está tão longe,
e eu não vou correr essa distância pra te buscar.

Você cresce só, sem minha presença desde o início,
e quem sou eu para impedir que qualquer pessoa te toque,
então continua, não vai me perder de vista tão fácil.

Nunca te toquei, nem nunca tocarei,
e minhas noites serão noites a mais, vazias ou não, serão noites.
Então eu continuo, como se você nunca tivesse me chamado a atenção.

Não estamos aqui para a entrega, nem aqui para nos descobrir,
eu sou tua base de apoio, você minha fonte de sorrisos e risos,
há mais de dois mil quilômetros de distância...

(Allan Wagner, 21:52 - 22:00, 02/11/2011)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Estará.

Eu sou o invólucro vazio,
sou o rio sem águas,
sou o amanhecer sem luz,
sou o luar ao meio dia,
onde nada mais faz sentido,
lá estou eu.

Eu sou o que restou de um homem completo,
sou a metade do que já haviam torturado,
ainda sou o aldeão que se arrasta pelo campo,
sou a lepra que matou milhares,
sou o câncer que mata no silêncio,
onde tudo puder fazer mal,
lá estarei eu.

(Allan Wagner, 22:48 - 22:56, 01/11/2011)